Com base na leitura de algumas teorias e e na leitura de alguns artigos, procurei resumir abaixo algumas idéias que considero importantes para o trabalho com a leitura e sobretudo com a escrita em sala de aula.
Os PCN falam sobre a finalidade de se trabalhar com a produção de textos que é de formar escritores competentes, ou seja, um escritor capaz de planejar, elaborar tomar notas, esquematizar e expressar e nesse sentido se enquadra a noção de gêneros, tão difundida nos meios acadêmicos.
Devido a essa noção de gêneros, vem se propagando um discurso de que a redação deve ser banida da escola. Nesse sentido, essa perspectiva dos gêneros é confusa, e tem levado ao pragmatismo e utilitarismo no ensino e que apesar das tentativas de mudanças, sempre se cai na estrutura composicional fixa que limita a possibilidade do aluno se posicionar como sujeito da escrita.
Nesse sentido uma das questões que se deve considerar é o destino que será dado aos textos dos alunos, que deve ser repensada, já que um texto deve ser escrito para alguém com algum objetivo, deve ter uma função social, devendo-se reconhecer, a dificuldade de se realizar atividades que privilegiem a divulgação dos textos dos alunos, mas não a impossibilidade.
Outra questão a ser repensada é a noção de escritor verdadeiro, apontando que poucos tem a sua escrita reconhecida na nossa sociedade e nesse sentido o aluno é visto como um não escritor, nem mesmo a escola reconhece o aluno como escritor verdadeiro, pois ele escreve para mostrar que aprendeu o conteúdo de ensino, e não de forma espontânea, logo defendemos que deve-se saber o que o aluno já sabe e o que precisa saber para que o trabalho do professor se desenvolva.
Para se produzir textos coerentes e eficazes deve-se pensar o texto na sua dimensão de componente lingüístico enquanto unidade de sentido e de interação entre sujeitos; devem-se pensar as questões lingüísticas e extralingüísticas como constitutivas do dizer e do ler.
Trabalhar a escrita na escola significa transformá-la em uma prática e, principalmente, conceber a escrita como produção, que exige do sujeito o domínio do código escrito, mas também, das condições sociais, culturais e históricas de escrita. Deve-se ter em mente que o escritor não escreve só porque retomou a fala de outros e que nem sempre escreve porque terá leitores, pois seu texto sempre será avaliado antes de ser publicado.
Uma das críticas que mais se faz aos textos dos alunos é que não apresenta nada de novo, mas é preciso entender que estamos sempre repetindo o discurso de outras pessoas, considerando que a repetição ou citação são estratégias discursivas muito utilizadas por todos os autores, só que criticamos nossos alunos, mas fazemos o mesmo, o tempo todo, o que está faltando na escola é o ensino das estratégias do citar, logo um escritor real cita, passa por avaliações, críticas, tem seu texto examinado. O mesmo deve-se fazer nos textos dos alunos, mostrando para eles os processos por que passa um escritor real até ter seu texto publicado.
Assim não basta se referir a noção de gêneros e a necessidade de se ter condições reais de produção para resolver os problemas da escrita dos alunos, deve-se considerar que se escreve na escola para aprender a escrever e ao se escrever se erra e se aprende errando, como fazem os escritores reais.
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